sábado, 17 de maio de 2008

VIVER DÓI



VIVER DÓI (Resposta ao Drummond) Rita Nunes - Verão 2004


Dói
me ter
Saudade de ti
Sorridos sortidos
Anos vividos
Curta felicidade!
Custa não mais querer
Os mesmos sonhos bonitos,
os corpos unidos.

O que quero afinal?
O amor inatingível
Aventuras mil?
E o que mais, pergunto-me...
Caro Drummond,
Você não tem razão
(Existirá inabalável paixão?)
Viver dói.

-------------(E agora a versão que me inspirou, que Sávio me leu ao telefone na ocasião do meu vigésimo quarto birthday...)-----------------------------------


ORIGINAL DO DRUMMMOND:

VIVER NÃO DÓI



Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade..

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

VENTO NOS PÉS


Rita Nunes


Vento nos pés é quase igual a amor correspondido. Aquela sensação única de que nada poderá ser mais prezeroso! Se não sabes do que estou falando, experimente! Go ahead!

Descobri desta arte assim, sem muito me dar conta de que sempre que repetia esse ritual do ventinho aos pés, algo se enchia de alívio dentro de mim. É quase como quando temos o coração repleto de paixão- quando temos sorte (sorte?!) de sermos também amados. Um gozo sexual. Lembre-se de não confundir gozo sexual com gozo genital e não insistam que sou pervertida!

Falo em sexo e não deixarei de ser uma romântica. Explico-me: faz parte da minha essência, inclusive, naturalmente, edipicamente speaking. Resolvi que deveria lidar com minhas paixões e estou aqui na tentativa de sublimá-las, tornando-me uma estudiosa-curiosa do gênero e sexualidade humana, movida por meu desejo de prazer: o colo do Pai, o beijo da Mãe, o afago do Homem.

Descobrir a si mesmos traz-nos um dever e um prazer. O dever pode nos dar o lado das lições e ouso citar rapidamente a clássica-máxima de Sócrates, "Conhece-te a ti mesmo". E o prazer? Aqui bastará descrever dois representantes do Meu prazer: o Amor pelos outros e o Amor por mim mesma. E neste último encontra-se a delícia sublime do vento nos pés...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Conselho Amoroso


Amo-te porque sou também O Amor

Amo-te por já haver me sentido amada

E tu?

Nunca esqueças

Por mais mean que pareça

Se ele não se sentiu amado - genuinamente

Dificilmente amará
por inteiro.


11/4/08


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Minhas andanças




Na Terra

Andei

Girei mundo, sabe

Mundinhos, mundões

Esteio, Uruguaiana, Poa, Hot Springs, London

Conversei com gente 'importante'

E mais ainda com gente importante que não sabemos dar importância


Como decifrar quais 'gentes' têm ouro no coração?

O que fazer com o que aprendi, conquistei e reneguei?

Por que não amamos com toda intensidade?

Por que não ousamos, todos, tudo que desejamos?

(Seria possível?)


Ando e sigo

Desenho meu caminho

Não há borrachas no meu caminhar.